Homenageando Angola, a antologia “Elos da Língua Portuguesa” chega ao quinto volume
Para valorizar e divulgar a Língua Portuguesa, o projeto Tertúlia Lusófona e a Academia Brasileira de Escritores (Abresc) lançam no próximo dia 12, o quinto volume da antologia “Elos da Língua Portuguesa”. O projeto visa promover o intercâmbio literário entre escritores e leitores de nove países lusófonos.
O lançamento ocorre às 9h na sala de cinema do Cine Multiplex, no Riopreto Shopping. Durante à noite, a partir das 19h, a Praça dos Escritores “Cecilia Demian” recebe os autores e o público para um sarau literário.
QUINTO VOLUME
O novo volume, dedicado a Angola, conta com a participação de 83 escritores de dez países. São escritores de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique e Portugal, além de Estados Unidos, Grécia e Reino Unido. Os escritores brasileiros são de 10 estados; entre eles, 31 são de Rio Preto.
“Para o lançamento, vamos receber a Etelvina Ramos, uma poeta angolana, de Luanda. Contamos com a presença de Luandino Luís Alves Carvalho, adido cultural da Embaixada de Angola. Estará também presente a poeta Maria Graça Melo de Portugal, da Associação Portuguesa de Poetas (APP), além de autores provenientes de diversos estados brasileiros”, conta a idealizadora do projeto, Samira Camargo, que é membro da Abresc e da APP.
“Essa é a primeira vez que vamos ter um representante oficial do país homenageado no lançamento da antologia. O Luandino, adido cultural da embaixada da Angola no Brasil, vem especialmente para essa ocasião”, completa João Paulo Vani, presidente da Abresc e parceiro de Samira nessa iniciativa.
“As nossas expectativas estão sendo incrivelmente atendidas, até superadas a cada edição. A nossa meta era conseguir essa projeção ao final do projeto e nós estamos no meio, estamos exatamente lançando o quinto volume de 10 volumes. Nós já alcançamos temos essa projeção, já temos essa importância”, comemora Vani.
PRAÇA DOS ESCRITORES
Durante à noite, um sarau literário reúne escritores e fãs da literatura na Praça dos Escritores “Cecilia Demian”.
A praça conta com diversas obras de arte que também ilustram painéis com frases de escritores dos nove países lusófonos: Fernando Pessoa, Portugal; Machado de Assis, Brasil; Agostinho Neto, Angola; Germano Almeida, Cabo Verde; Odete Costa Semedo, Guiné-Bissau; Donato Ndongo, Guiné Equatorial; Mia Couto, Moçambique; Conceição Lima, São Tomé e Príncipe e Luís Cardoso, Timor-Leste.
“Também nesse dia vamos colocar as placas em Braille nos nove totens da praça. As placas foram doadas pelo Instituto dos Cegos”, releva Samira.
“Quando o ex-prefeito Edinho Araújo inaugurou a Praça dos Escritores, logo na sequência, ele fez um decreto, em que ele transformou a praça numa ferramenta cultural dos nove países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Esse decreto seguiu para as embaixadas. Então, é evidente que esse tipo de abordagem nos fortalece. Imagino até que isso possa ser auxiliado na formalização do convite, por exemplo, do Luandino, porque a embaixada angolana já tinha conhecimento que existe essa praça em Rio Preto, que existe o projeto. Quando chega o convite, as coisas acabam tendo um trâmite mais formalizado, não é um projeto que é um sonho, que ainda vai um dia acontecer, mas, sim, é um projeto estabelecido”, ressalta Vani.
Valorização da língua
Segundo Samira Camargo, o objetivo do projeto é valorizar a Língua Portuguesa. “A Tertúlia Lusófona, entidade que eu sou presidente e fundadora, tem um objetivo de não deixar a língua de herança a morrer com os filhos de pessoas que saem de países que falam a Língua Portuguesa e vão morar em outros países”, diz.
Para Vani, além de valorizar a Língua Portuguesa, o projeto também permite a divulgação de escritores.
“O ‘Elos da Língua Portuguesa’ nasce com uma perspectiva, claro, de valorização da lusofonia e da própria ideia de que português se fala em vários lugares. Desse modo, procuramos dar voz a autores anônimos, o que é muito importante. Porque, quem participa de uma antologia, via de regra, é quem não tem material suficiente ou condições suficientes e publicar um livro próprio. Isso permite que autores independentes sejam divulgados, sejam lidos e tenham suas vozes ecoadas”, diz.
CULTURAS
João Paulo Vani ressalta que a antologia também é uma ferramenta cultural. “A partir de um trabalho como esse, você pode ter contato com outras culturas, porque ainda que a língua seja a mesma existem várias culturas envolvidas. Se na primeira edição tivemos apenas 33 autores de três países, nesta quinta edição alcançamos 83 autores em dez países”, complementa. (SB)
Fonte: https://diariodaregiao.com.br/artigo/antologia-elos-da-lingua-portuguesa-traz-83-autores-de-dez-paises-1.2050971